terça-feira, 15 de março de 2011

Benjamin Robert Mulock - Juan - n.o 18


           Benjamin Robert Mulock (1829-1863), nascido na Inglaterra, é aclamado e conhecido no Brasil como um dos melhores fotógrafos de paisagem do século 19. Ele esteve na Bahia a partir de 01 de novembro de 1852 até abril de 1859, fotografando as obras da "Bahia & São Francisco Railway Company".
Em 1860, ele presenteou o Imperador Pedro II com um álbum de suas fotografias da cidade de Salvador. Essas fotos estão na Biblioteca Nacional do Brasil no Rio de Janeiro e durante muitos anos se acreditava serem os únicos exemplos existentes do trabalho de Mulock.





          Com a construção de ferrovias no Brasil, a partir de meados do século XIX, chegaram ao país, vindos da Inglaterra, não só os capitais que iriam financiar essas estradas, como também boa parte da mão-de-obra encarregada de realizá-las: empreiteiros, engenheiros, contramestres, capatazes, feitores de turma, mestres-de-obras e operários. De lá também vieram para o Brasil alguns fotógrafos, provavelmente em busca de um mercado menos competitivo ou, não se sabe ao certo, em razão mesmo dos empreendimentos ingleses no país.
Pioneiros nessa atividade entre nós, Augusto Stahl, alemão ativo no Brasil entre 1853 e 1867, e Benjamin Robert Mulock, inglês ativo no Brasil entre 1858 e 1861, documentaram na década de 1850, a serviço de duas companhias inglesas, as instalações e os trabalhos de construção das primeiras estradas de ferro da região Nordeste. 


                Mulock chegou ao Brasil no final dos anos 1850, duas décadas após a invenção da daguerreotipia. Atuando na Província da Bahia entre 1858 e 1861, documentou a construção da ferrovia executada pela empresa "Bahia and São Francisco Railway". Entre as cerca de 60 imagens de sua autoria hoje conhecidas, encontram-se, além de registros dessas obras, vistas do interior da província e de Salvador, incluindo um dos primeiros panoramas da cidade.


       Nessa série, o artista inglês realça a arquitetura colonial da capital baiana ora por meio de ângulos oblíquos, ora a partir de registros frontais com a câmera localizada no centro das ruas, acentuando a perspectiva formada pelos edifícios ao longo de seu eixo. 


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